Os jogos matemáticos na sala de aula




Segundo o historiador holandês Johan Huizinga, o jogo pode ser considerado um fenômeno cultural na medida em que, mesmo depois de ter chegado ao fim, permanece, segundo o historiador, como nova criação do espírito, um tesouro a ser conservado pela memória e, ao ser transmitido, torna-se tradição. Essas reflexões contradizem a visão de alguns pais e professores, que argumentam que crianças e adolescentes estão apenas se divertindo quando jogam. Para muitos, há ali apenas lazer, o que muitas vezes é visto como perda de tempo. Esquecem-se de que brincar preenche as necessidades das crianças. Para teóricos e especialistas, entretanto, existe uma unanimidade em torno das contribuições cognitivas e sociais, afetivas e culturais potencializadas pelos diferentes jogos.
Brincar é uma atividade que deve ser incentivada e encarada com seriedade pelos adultos, respeitando-se os momentos em que crianças e adolescentes desejam brincar, jogar, construir algo novo, valendo-se da elaboração dos conhecimentos existentes.
Os jogos são tecnologias intelectuais, compreendidas, segundo o filósofo Pierre Levy, como elementos que promovem a construção ou a reorganização de funções cognitivas como a memória, a atenção, a criatividade e a imaginação e contribuem para determinar o modo de percepção e intelecção pelo qual o sujeito conhece o objeto. As atividades lúdicas são inerentes ao ser humano, independentemente do momento histórico em que estamos vivendo. O que muda são os artefatos, as tecnologias utilizadas, mas o prazer de brincar é estruturador para o homem. Os jogos contribuem eficazmente para a construção de relações e o desenvolvimento de atitudes, valores e competências.
No entanto, mesmo reconhecendo a importância do jogo como ferramenta de aprendizagem, eles ainda não foram implantados nas salas de aula de forma ampla e objetiva.
Em uma experiência no ano de 2012, em salas de aula de 1º ao 5º ano, foi possível comprovar a eficácia dessa ferramenta. Em parceria com os professores, planejamos e coordenamos as atividades com jogos que visavam especificamente o trabalho com cálculo mental e elaboração de estratégias.
Observando o desempenho dos alunos e a participação dos professores, foi possível elencar positivamente:
·       -  As crianças aprendem a trabalhar em grupo, desenvolvendo atitudes de cooperação e respeito com o colega;
·        -  Os grupos formados de acordo com a ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal) tiveram um grande avanço em sua aprendizagem, mas sobretudo, com relação a autoconfiança desfazendo o sentimento de fracasso, pois conseguiam jogar, participar e vencer no jogo e nos desafios propostos;
·       -  Os alunos mais avançados desenvolveram autonomia, pois assim que percebiam que já estavam dominando as regras, eles próprios criavam outras aumentando o desafio;
·         -  Nas socializações, após as jogadas, cada aluno pode contar para a turma o que encontrou de facilidade ou dificuldade e o que poderá fazer na próxima vez. Além disso, falam sobre as questões de grupo como: honestidade ou trapaça, aceitação, cooperação.
     Alguns jogos encontram-se na apostila: JOGOS NA SALA DE AULA: DIVERSÃO E CONHECIMENTO, elaborada a partir da compilação de vários jogos experimentados em sala de aula. Maiores informações para adquirir esta apostila ou acerca de formação para docente de 1º ao 5º ano, entre em contato pelo email profdeborah2011@gmail.com ou Whatsapp (12) 99123-8563 - Profª Me. Deborah Arantes de Araújo.

Comentários

Postagens mais visitadas